No que Cremos

Credo Apostólico

Este credo é chamado apostólico, não porque foi escrito pelos apóstolos, mas porque contém a doutrina que eles ensinavam. Este credo é muito antigo e passou por várias modificações. A sua forma atual data do século V.

 

01. Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra;

02. e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor;

03. que foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria;

04. padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno;

05. no terceiro dia ressurgiu dos mortos; 

06. subiu ao céu e esta sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso;

07. donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

08. Creio no Espírito Santo;

09. na santa igreja universal de Cristo, a comunhão dos santos;

10. na remissão dos pecados;

11. na ressurreição da carne

12. e na vida eterna. Amém.

O Princípio Regulado do Culto

A expressão “princípio regulador do culto” denota a existência de um valor básico e imutável que deve ser protegido enquanto se realiza qualquer ato formal de adoração. A proteção desse valor implica a observância de uma norma geral que rege o culto e lhe dá forma. Esse preceito básico impõe limites ao adorador, impedindo-o de, levado pelos ditames de sua consciência depravada, apresentar diante de Deus qualquer coisa que não corresponda à sua natureza e vontade. 

O valor básico e imutável a ser protegido no campo da adoração é o “direito” exclusivo de Deus de determinar o modo como deve ser cultuado. A regra básica que protege esse valor pode ser formulada da seguinte maneira: nada pode ser praticado durante o culto a Deus que não tenha sido expressamente estabelecido e determinado por ele próprio nas páginas da sua revelação escrita. É a essa regra básica que convencionou-se chamar “Princípio Regulador do Culto”. 

Já em Calvino (1509-1564) é possível encontrar a adoção desse princípio. Nas suas Institutas, onde se insurge contra os abusos da igreja de seu tempo, o reformador ensina que somente a Deus compete estabelecer o modo como importa ser adorado. Diz ele: De ter-se em mente, ademais, é que as superstições frequentemente se referem nestes termos, que são obras das mãos dos homens, e carecem da divina autoridade, para que seja isto estabelecido: que são abomináveis todas as formas de culto que os homens inventam de si próprios. 

Logo a seguir, Calvino escreve: Deus, porém, para que a si vindique seu direito, se proclama ser zeloso e haver de ser severo vingador, se com qualquer deidade fictícia se mesclar. Então, para que lhe mantenha o gênero humano em obediência, define seu legítimo culto. A um e outro desses aspectos enfeixa em sua Lei, quando, primeiramente, a si adjudica os fiéis, a fim de ser-lhes o legislador único, depois, prescreve a regra segundo a qual seja devidamente cultuado, conforme seu alvedrio. 


Que Calvino via a Escritura como a fonte de informação acerca da maneira como deve realizar-se o culto fica claro a partir das citações acima e também do que ensina logo a seguir, ao enunciar que “mediante sua Lei, quis ele [Deus] prescrever aos homens que seja justo e reto e, destarte, adstringi-los a uma norma precisa, para que ninguém se permitisse forjar expressão cultual qualquer que seja”. 

Assim, o Princípio Regulador do Culto, conforme ensinado por Calvino e, posteriormente, fixado pela Confissão de Fé de Westminster, pode ser conceituado como o preceito que reserva exclusivamente a Deus a liberdade e poder para determinar o modo como o seu culto deve ser realizado, sendo tais determinações reveladas de forma clara, detalhada e específica na Bíblia
 
Esse princípio é o que separa os cristãos reformados de outros protestantes. Enquanto luteranos, anglicanos e evangélicos em geral ensinam que as igrejas podem fazer tudo o que a Palavra de Deus não proíbe expressamente, os reformados defendem que as igrejas podem fazer somente o que a Escritura ordena.